BRASÍLIA - A deputada Ana Arraes, do PSB de Pernambuco, foi eleita no início da tarde desta quarta-feira, no plenário da Câmara, como nova ministra do Tribunal de Contas da União (TCU), em substituição a Ubiratan Aguiar, que se aposentou.
Ela teve 222 votos. Em segundo lugar ficou Aldo Rabelo (PCdoB-SP) com 149 votos e em terceiro, Átila Lins (PMDB-AM), 47.
A votação da Câmara será submetida agora à apreciação do Senado.
Desde cedo os candidatos fizeram corpo a corpo em plenário. Houve grande mobilização do PSB, partido de Ana Arraes. O governador Cid Gomes (PSB-CE) esteve no plenário. O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, acompanhou a votação do Palácio do Jaburu, onde também participa de encontro com o presidente em exercício Michel Temer (PMDB) e com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir a reforma política.
A candidatura de Ana Arraes teve o apoio de Lula e também de setores do PSD (partido de Kassab) e do PSDB. Antes, com a renúncia de Jovair Arantes (GO) , Ana já havia garantido apoio da bancada do PTB.
O Palácio do Planalto manteve distância da votação para evitar sequelas na base, já que todas candidaturas foram de aliados.
Ana Arraes nega nepotismo por causa de apoio do filho, Eduardo Campos
Na terça-feira, Ana Arraes negou que a participação do filho, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), em sua campanha ao Tribunal de Contas da União (TCU) caracterizasse nepotismo.
Não existe nepotismo. Se o nepotismo é feito pelo povo, então, é o nepotismo. Então, não existe nepotismo porque existe democracia. É o voto do povo. Eu estou aqui pelo voto do povo, não é por indicação de ninguém - afirmou.
Ana Arraes disse, aliás, contar com a ajuda da família par ser a indicada da Casa à vaga de ministro do TCU.
Meus dois filhos estão na campanha. O outro não está porque é advogado, mas está na campanha porque nós somos unidos. Nós temos o sentimento de família e temos também o sentimento político - disse.
A deputada federal afirmou que já esperava a vitória na disputa em que foi eleita ministra do TCU, mas que não podia declarar isso antes da eleição. Ela disse que já tinha um cálculo de 20% de votos na Câmara, o que lhe daria 180 votos no plenário. Arraes acabou obtendo 222 votos, o que na opinião dela mostra que não houve traição. A deputada também rebateu as críticas de que houve uso da máquina do governo de Pernambuco.
"O trabalho foi feito com muita gente. Muita gente ajudou "
disse a deputada, acrescentando:
"Eu fiz campanha respeitando os meus adversários. Eu espero que meus colegas respeitem a minha vitória. Não desmereço nenhum dos meus adversários."
Ela foi questionada sobre a importância do filho, ao que respondeu:
"A importância do Eduardo Campos na minha vida, e a minha na dele é enorme. Muito maior do que qualquer notícia de jornal."
Ana Arraes também foi indagada se sua vitória era uma prova da força do filho.
"Você acha que é prova de fraqueza? É prova de força política, e de capacidade de juntar, agregar - respondeu."
Ela atribuiu ainda sua eleição ao fato de ser mulher.
"Tive uma votação grande porque sou a primeira mulher a ser ministra (do TCU)."
Ana Arraes também falou a respeito de Aldo Rebelo, seu principal adversário na eleição para a vaga no TCU, terminando em segundo lugar com 149 votos. Ela negou que a disputa vá deixar sequelas, mas reconheceu que Aldo não a parabenizou pela vitória. De acordo com a deputada, telefonaram-lhe Eduardo Campos, o ex-presidente Lula e o presidente do TCU, Benjamim Zimler.
Fonte O globo
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